DISCÓBOLO DE MIRÓN- SÍMBOLO DA EDUCAÇÃO FÍSICA

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Insulina: Entendendo a Importância desse Hormônio

Insulina: Entendendo a Importância desse Hormônio 
 
Os hormônios são substâncias responsáveis pela harmonia das nossas funções orgânicas, visto que aceleram ou diminuem a velocidade de reações e funções biológicas – que acontecem mesmo em sua ausência – mas em ritmos diferentes. Essas mudanças são fundamentais no funcionamento do corpo humano. Na comunidade esportiva, existem alguns hormônios de maior interesse, tais como: hormônio de crescimento, hormônios tireoidianos, hormônios esteroides e a insulina, dentre outros.

  Neste artigo discutiremos a ação do hormônio insulina no organismo, expondo informações sobre como beneficiar-se por meio do controle de sua liberação natural, assim como os riscos de se administrar insulina extra.

  A insulina é um hormônio anabólico, sintetizado pelas células beta nas ilhotas de Langerhans do pâncreas, sendo o hormônio mais importante na regulação do metabolismo energético. Sua principal função é regular o metabolismo da glicose por todos os tecidos do corpo, com exceção do cérebro. Ela aumenta a velocidade de transporte da glicose para dentro das células musculares e do tecido adiposo. Com a captação da glicose, se ela não for imediatamente catabolizada como fonte de obtenção energética, gera-se glicogênio nos músculos e triglicerídeos no tecido adiposo. Ou seja, o efeito da insulina é hipoglicemiante, visto que reduz a glicemia sanguínea. A insulina atua ainda nos receptores de IGFs, o que pode contribuir de forma adicional na promoção de efeitos anabólicos no organismo.

  Normalmente, a insulina é liberada em ocasiões nas quais existam altos índices de glicose plasmática, como acontece após as refeições, variando de acordo com a quantidade e o tipo de alimento ingerido. Quando os níveis sanguíneos de alguns aminoácidos forem elevados, principalmente os BCAA’S, também ocorre um aumento considerável na liberação de insulina.

   Ela atua primeiramente reabastecendo as reservas de glicogênio nos músculos e no fígado. Depois disso, se os níveis de glicose sanguínea ainda forem altos, a insulina estimula o seu armazenamento em tecido adiposo. Portanto, como vocês podem observar, a insulina pode auxiliar tanto no ganho de massa magra, devido à ótima captação de nutrientes e aceleração na ressíntese tecidual, como também pode ajudar no aumento da gordura corporal.

  Sempre que os níveis de insulina forem altos, os níveis de glucagon serão baixos e vice-versa, visto que são hormônios contra-regulatórios. Como o exercício estimula a liberação de glucagon, a insulina tem sua liberação diminuída quando existe trabalho muscular, principalmente como forma de tornar a glicose mais disponível para a atividade, assim como usar gordura como fonte de energia. Além disso, as catecolaminas (adrenalina, por exemplo), que são liberadas durante o exercício, têm a propriedade de reduzir os níveis de insulina. A supressão na liberação de insulina é proporcional à intensidade do exercício, sendo que, em exercícios mais prolongados, existe um aumento progressivo na obtenção de energia a partir da mobilização de tecido gorduroso, decorrente da baixa observada nos níveis de glicose e da ação do glucagon. Esse efeito do exercício sobre a secreção de insulina pode durar até 48 horas.

  Quando existe deficiência no organismo em manter adequados os níveis de insulina, ocorre uma patologia denominada diabetes. O diabetes mellitus tipo 1 é caracterizado por uma destruição auto-imune de células beta do pâncreas, ou seja, o corpo destrói, por engano, o próprio tecido que produz e secreta a insulina. Já o diabetes mellitus tipo 2 é bastante diferente do diabetes mellitus tipo 1. Nesse caso, a insulina está presente, mas não é eficiente para estimular a absorção de glicose nas células (o que é chamado de “resistência à insulina”). O corpo tenta compensar esse defeito secretando cada vez mais insulina, até que a capacidade de reserva das células beta pancreáticas se reduz e a glicemia aumenta. Tanto o diabetes mellitus tipo 1 como o tipo 2 são diagnosticados pela glicemia em jejum (> 8h) acima de 126 mg/dl ou acima de 200 mg/dl, 2 horas depois da ingestão de 75 g de glicose via oral ou do surgimento de outros sintomas clássicos do diabetes. É prática padrão repetir os exames e realizar testes mais abrangentes após o diagnóstico inicial.

  Embora a insulina exerça muitas funções, cinco delas são particularmente importantes durante ou após o exercício:
  • estímulo da absorção de glicose na maioria das células do corpo;
  • inibição da liberação de glicose pelo fígado;
  • inibição da liberação de ácidos graxos armazenados;
  • facilitação da síntese proteica nas células do corpo;
  • estímulo da ressíntese de glicogênio muscular após o exercício.
  Portanto, deve-se tomar as devidas medidas com a dieta, para aproveitar ao máximo a ação anabólica deste hormônio naturalmente, consumindo alimentos fonte de carboidratos com baixo índice glicêmico na maior parte das refeições. Esta prática visa manter uma glicemia mais constante, evitando inclusive crises hipoglicêmicas e rompantes de fome.

  No entanto, existem alguns horários em que nós podemos nos beneficiar com a ingestão de alimentos fonte de carboidratos com alto índice glicêmico, tais como antes, durante e imediatamente após o treinamento com pesos. Com relação à ingestão de carboidratos com alto índice glicêmico antes de uma sessão de treino, alguns indivíduos costumam apresentar hipoglicemia de rebote, causando uma queda no rendimento. No entanto, caso ocorra consumo de carboidratos durante o treinamento, este problema estará sanado.

  Deve-se ressaltar que até 2 horas após o término do treinamento, nosso organismo possui uma capacidade extraordinária para absorção de nutrientes, sendo que é muito interessante elevar os níveis de insulina para aproveitar seu potencial. O estímulo pode ser dado pela ingestão de em torno de 1 grama de glicose por kg de peso corporal logo após o treinamento, acompanhada preferencialmente por proteínas de rápida absorção e aminoácidos de cadeia ramificada.

  Deve-se ainda, aproveitar os níveis elevados de insulina neste momento para aproximadamente 40 minutos após o término do treinamento, realizar uma refeição rica em carboidratos e proteínas e baixíssima em gorduras, visando recompor os estoques de glicogênio degradados e otimizar a síntese proteica. Lembre-se de que altos níveis de insulina também otimizam a absorção de gorduras!!! Algumas pessoas também utilizam o mineral cromo, na forma picolinato, num esforço para salientar os efeitos anabólicos da insulina.

  Este é um mineral-traço essencial que participa ativamente do metabolismo de carboidratos, principalmente co-atuando com a insulina, melhorando a tolerância à glicose. Por agir estimulando a sensibilidade à insulina, o cromo pode influenciar também no metabolismo proteico, promovendo maior estímulo da captação de aminoácidos e, consequentemente, aumentando a síntese proteica.

  Existem, ainda, algumas evidências sobre a função do cromo no metabolismo lipídico, as quais parecem estar relacionadas com o aumento das concentrações de lipoproteínas de alta densidade (HDL) e a redução do colesterol total e de lipoproteínas de baixa densidade (LDL, VLDL), por meio do aumento da atividade da enzima lipase de lipoproteínas em indivíduos com dislipidemias. Pode ser que a administração deste mineral funcione para pessoas com deficiência de cromo, mas provavelmente não proporcionará nenhum grande benefício para indivíduos que não apresentem tal deficiência.

  O exercício físico pode aumentar a excreção urinária de cromo, no entanto, não se sabe se este fator pode induzir uma deficiência de cromo. Por outro lado, a suplementação de cromo pode auxiliar no controle da glicemia de indivíduos diabéticos não insulino-dependentes engajados em atividade física. A Organização Mundial de Saúde (OMS) não estabelece um valor seguro exato para a ingestão de cromo, mas relata que dosagens de 125 a 200µg/dia além da dieta habitual podem favorecer o controle glicêmico e melhorar o perfil lipídico.

  Dessa forma, a dosagem máxima, dentro de um limite de segurança, é de até 250µg/dia. A ingestão de altas doses de cromo, dentre outros malefícios, pode ocasionar prejuízos no estado nutricional do ferro, devido ao fato do cromo competir com o ferro pela ligação com a transferrina, proteína responsável pelo transporte de ferro recém-absorvido.

  Porém, mesmo com todas estas maneiras de se aproveitar o enorme potencial anabólico desse hormônio, muitos indivíduos teimosos ainda insistem em flertar com o uso de insulina exógena, mesmo após já terem ocorrido diversas mortes de fisiculturistas por hipoglicemia severa. Esse é um medicamento originalmente usado por pessoas diabéticas, que não produzem insulina em quantia adequada ou porque as suas células não reconhecem a insulina. Existem dois tipos básicos de insulina mais utilizados por alguns atletas:
  • insulina regular: tem ação rápida e inicia a sua atividade logo após a administração. Sua duração aproximada é de 6 horas, mas o pico de ação fica entre 1 e 2 horas após a aplicação.
  • insulina lenta: tem um tempo de ação intermediário. Seu efeito inicia-se cerca de 1 a 3 horas após a aplicação, atingindo um efeito máximo entre 6 a 12 horas. Mas pode ficar no sistema por aproximadamente 24 horas. Esse tipo de insulina é mais imprevisível quanto ao horário de pico, podendo ter vários por dia.
  Existem diferentes fontes de insulina: suína, bovina, uma mistura de ambas e até mesmo humana. A insulina humana é idêntica em estrutura àquela produzida pelo nosso pâncreas e difere muito pouco das insulinas de origem animal. Mas os atletas comentam que existem diferentes reações quando mudam a fonte de insulina. Todos os tipos devem ser armazenados na geladeira, mas não congelados. Também, precisam ser protegidos do efeito da luz. Quando em desuso por várias semanas, o frasco deve ser abandonado.

  Se um atleta desavisado fizer aplicação de insulina logo cedo e só se alimentar de carboidratos complexos, provavelmente, não terá glicose suficiente na corrente sanguínea quando a insulina der o seu pico e poderá fazer uma viagem sem direito a volta para o paraíso, ou seja lá para onde for. Os sintomas de hipoglicemia característicos são: sudorese excessiva, fraqueza, perturbações visuais, tremores, dores de cabeça, falta de ar, náuseas, coma e a morte. Ou seja, um simples erro, com relação a uma dosagem de insulina ou erro na dieta, pode levar o indivíduo a uma morte rápida. Este, sem dúvida alguma é um risco que não vale a pena!

  Algumas pessoas com o receio de utilizar a insulina exógena, muitas vezes acabam optando por outras drogas desenvolvidas para pessoas diabéticas, tais como a metaformina - que otimiza a captação da glicose - ou da potencialmente tóxica ao fígado, troglitazona - que aumenta a massa de receptores de insulina. Esses indivíduos, num esforço para salientar as ações metabólicas da poderosa insulina, não levam em conta que não são diabéticos e que, portanto, produzem naturalmente toda a insulina que necessitam. Não teriam necessidade alguma de administrar insulina exógena, menos ainda outra droga anti-hiperglicêmica.

  Não brinque com seu bem mais precioso que é sua vida! Procure otimizar a liberação natural desse poderoso hormônio anabólico em seu organismo pelas estratégias nutricionais aqui explanadas. Um ótimo programa de treinamento em conjunto com uma prescrição nutricional adequada, somados a uma grande motivação, é o suficiente para você conquistar seus objetivos!
  Bibliografia:
  AUGUSTO, A. L. P. et al. Terapia Nutricional. São Paulo: Atheneu, 1999.
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  COTRAN, R. S; KUMAR, V; COLLINS, T. Robbins - Patologia Estrutural e Funcional. 6o ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000.
  GRACEY, M.; KRETCHMER, N. O diabetes mellitus não insulino-dependente (tipo II) em populações em curso de urbanização. In: FREITAS, H. Diabetes Mellitus. Anais Nestlé, São Paulo, vol. 46, 1993, p. 29-37.
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  MORRISON, G.; HARK, L. Medical Nutrition & Disease. 2o ed. Massachusetts: Blackwell Science, 1999.
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  SHILLS, M. E. et al. Tratado de Nutrição Moderna na Saúde e na Doença. 9o ed. Barueri: Manole, 2003.

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Definição Muscular ou Resistência Muscular Localizada? Qual a diferença?


 
Bom meus amigos leitores está é uma dúvida muito comum dentro das salas de musculação entre alunos e até mesmo alguns professores, mas será tão difícil assim saber qual treino é ideal para cada um destes temas?
 
Dizem muito nas academias de musculação que o treino para ser de definição ou de resistência muscular deve conter repetições acima de 12, caso contrário abaixo disso será força ou hipertrofia, você concorda com isso?
 
Já estudamos muito bem e é sabido que hipertrofia muscular varia entre 6 a 12 repetições, mas não é este tema que vamos explanar agora e sim sobre a dúvida em questão deste tópico. As repetições altas com cargas justas favorecem a estes dois tipos de treinos, vou explicar melhor.
 
O treino quando é com repetições elevadas, ocorre que o sistema fosfagênio e o sistema glicogênio ácido lático já não suportam o exercício, assim esgotando suas energias, o fosfato de creatina e o glicogênio acumulado nos músculos já se foram e é aí que entra os lipídios que é a terceira fonte de energia e que é usado somente em casos extremos pelos músculos, pois é sabido que nosso corpo tem a tendência natural de estocar lipídios e também sabemos que a primeira fonte de energia é o carboidrato e a segunda fonte é a proteína. Diante disso o que diferencia um treino do outro é a alimentação, sim pode acreditar, o que você come é determinante no referido treino, opa, então o treino pode ser o mesmo só que com uma alimentação diferente, sim é isso mesmo.
 
Quando você faz uma dieta hipocalórica combinando com um treino, por exemplo, de séries de 20 repetições, você estará fazendo um treino de definição muscular, pois está queimando lipídios no treino e não repondo calorias acima das queimadas para devolver estes estoques, já quando você faz uma dieta hipercalórica ou mesmo mantem às calorias que ganha e perde iguais combinado com um treino igual ao anterior com 20 repetições, estará realizando um treino de resistência muscular, você vai deixar seus músculos mais tonificados e não flácidos como uma pessoa sedentária, pois a reposição calórica fará que seus músculos estoquem glicogênio e quando este estoque for muito elevado seu corpo acaba fazendo um processo chamado de lipólise, que é o excesso de glicogênio no fígado transformado em lipídios e devolvido na corrente sanguínea e acoplado nas células adipócitos, e gerando um aumento do percentual do peso gordo, mas isso mais uma vez se deve ao balanço calórico entre ganhos e perdas.
 
Então aprendemos que podemos ganhar, manter ou perder peso, definir ou enrijecer nosso músculos e tudo isso através da alimentação e do treinamento sendo que o primeiro é a base que diferencia estes dois tipos de treinamento sendo os exercícios de musculação o suporte ou o estímulo para o objetivo de cada pessoa.
 
Agora vou passar aqui um exemplo de treino que pode ser aplicado tanto para definição muscular quanto para resistência muscular:
 
Vamos fazer o seguinte; realizar um treino de segunda a sexta feira sendo que quarta deverá ser somente uma parte aeróbica leve a intensa passando pela moderada também ou intercalando leve com intensa, isso dependendo do objetivo do seu treino, e dividimos o treino e A e B, fazendo cada letra dessas duas vezes na semana, a duração do treino pode variar entre 4 semanas a 6 semanas, não passando disso, pois senão seu corpo acostuma com o treino e perde o objetivo e o estímulo, pode-se fazer 3 a 4 séries de 20 a 25 repetições dependendo do seu condicionamento físico, uma alternativa é a cada semana ter um aumento gradual das repetições, como por exemplo, 20 repetições, 22 repetições, 24 repetições e assim por diante até terminar o prazo do seu treino; treinamento tem os mais variáveis possíveis, está é só uma amostra. Agora é só escolher seus exercícios e pronto, uma dica é fazer no máximo 3 exercícios por grupamento muscular.
 
Lembrando que este é só um artigo que serve de exemplo, para praticar musculação sempre tenha ao seu lado um profissional de educação física, pois ele saberá colocar em prática seus objetivos dentro da musculação e dará o respaldo para você aluno não praticar um exercício físico de maneira em que coloque sua saúde em risco.
 
Então galera, bons treinos!!!!